sábado, 28 de agosto de 2010

limpeza do viaduto Otávio Rocha em Porto Alegre



Barcelona possui a Sagrada Família, Paris a Torre Eiffel, Roma o Coliseu e Porto Alegre o viaduto. Cada monumento com suas peculiaridades e proporções devidas em relação as respectivas cidades e ao mundo.


Pois sim Porto Alegre como as notáveis cidades do mundo citadas anteriormente também possui um monumento único a ser preservado.


Trata-se do Viaduto Otávio rocha ou então ainda como conhecido, o "Viaduto da Borges"

localizado na Av. Borges de Medeiros que começou a ser aberta em 1920, e foi originada de uma estreita rua denominada General Paranhos, que era nada mais do que um estreito beco que subia da rua Andrade Neves até a rua Duque de Caxias. Melhorias a esta via já haviam sido pensadas no plano do arquiteto João Moreira Maciel de 1914, sendo que algumas obras começaram na administração do intendente José Montaury, mas o grande entusiasta e impulsionador para a abertura da av. Borges de Medeiros foi o intendente Otávio Rocha, que fez o alargamento e prolongamento da via até o cais do porto. Otávio Rocha queria uma via larga que resolvesse o problema do trânsito e que pudesse tranqüilamente receber linhas de bonde além de dota-la de iluminação e arborização. Para vencer um obstáculo topográfico, Otávio Rocha imaginou um viaduto que permitisse livre trânsito na avenida sem a intersecção a mesmo nível da rua Duque de Caxias.


[...]as rampas de acesso à rua Duque de Caxias, que atualmente têm 9% e 12%, ficarão reduzidas respectivamente de 1% e 5% , para para o que se vai fazer o rebaixamento de 13 metros do ponto culminante. Aí será construído um viaduto de cimento armado, em arco abatido, por onde se fará a passagem da Rua Duque de Caxias[...] mais de 80 prédios entre as ruas Riachuelo e Cel. Genuino foram demolidos. A obra teve o custo total de 14mil contos de Réis. Otávio rocha não viu sua obra pronta, porém seus sucessores assumiram a continuidade das obras e o homenagearam dando o seu nome ao viaduto de cimento armado.


As obras do viaduto Otávio Rocha, iniciaram em dezembro de 1928 sob o comando do intendente Alberto Bins que contratou a empresa Alemã Dyckerhoff e Widmann, segundo o projeto do engenheiro Arquiteto Manoel Itaquy , tendo suas obras concluídas em1932.


Na concorrência do projeto a ser executado,venceu o engenheiro Duilo Bernardi, com um projeto que previa um elevador e uma escada de acesso à rua Duque de Caxias. Manoel Itaquy que nem havia concorrido olhou o projeto vencedor e não gostou e com um lápis e papel de embrulho rabiscou outro projeto na hora e mostrou a Otávio Rocha. O viaduto de Itaquy, então caindo ao agrado do intendente, foi executado e encanta com sua beleza compositiva até os dias de hoje.


Em um artigo publicado na revista de História e Geografia Ágora de autoria de Daniela Cidade, especula-se que o viaduto possui grandes afinidades formais com as existentes propostas futuristas de Boccioni e Sant' Elia sobre arquitetura,escultura e o espaço. Afirma que o viaduto Otavio Rocha é capaz de adquirir varias possibilidades de interpenetração e percurso gerando uma experiência simultânea em relação aos elementos que o compõe. A Borges de Medeiros seria “ a rua que mergulha terra a dentro” é o marco da modernização de Porto Alegre e aproxima-se do Futurismo Italiano pela mobilidade em excelência permitindo variados percursos, seu conjunto arquitetônico se assemelha ás imagens cinematográficas como Metropolis e Just imagine da cidade moderna.

Em 2008 graduei-me em Arquitetura e Urbanismo no UniRitter tendo como cenário de meu Trabalho final de Graduação o Viaduto Otávio Rocha. No vídeo abaixo é possível compreender a proposta. Trata-se na revitalização do viaduto através da implantação de um pólo multiplicador de cultura em um dos terrenos ainda vagos lindeiros a monumental escadaria.


Abaixo confira o vídeo apresentado no Painel Final em junho de 2008.
TEMA : Faculdade de Artes Cênicas - pólo multiplicador de cultura no Viaduto Otávio Rocha em Porto Alegre.
O conceito para o local escolhido e o tema da faculdade é porque o viaduto seria o local construído mais cênico da cidade.







A Limpeza: hidrolavagem




A Limpeza tem sido realizada semanalmente por uma equipe do DMLU acompanhada por técnicos. Trata-se da primeira etapa de um futuro e possível processo de restauração.

Limpar o viaduto exige cuidados especiais porque o revestimento do viaduto é muito delicado, trata-se do cirex - massa raspada com mica que lhe confere o aspecto pétreo de todo o conjunto.

No Viaduto são encontradas diversas patologias, sendo as mais recorrentes além da poluição atmosférica a presença de biocolônias, o desprendimento do revestimento, sais e o vandalismo.



à direita aspecto do cirex após a lavagem .